sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Homenagens aos militares mortos no terremoto no Haiti - "Combateram o bom combate".


Na cerimônia de honras fúnebres, dos militares mortos no terremoto no Haiti, realizada no hangar da Base Aérea de Brasília - DF, 21 de janeiro de 2010. O Presidente da República Luis Inácio Lula da Silva e o comandante do Exército,General-de-Exército Enzo Martins Peri, dircursaram para um público de aprocimadamente 1.000 pessoas entre familiares e autoridades presente.

Discurso do Presidente:
"Há momentos em que as palavras se tornam frágeis diante da brutalidade dos fatos. A tragédia que se abateu sobre o Haiti, no dia 12 de janeiro de 2010, foi um desses episódios em que o destino cego e implacável parece ter assumido as rédeas da condição humana. Nosso coração, que já estava partido pelo sofrimento desse povo-irmão, de raízes africanas como as nossas, recobriu-se duplamente de luto e dor nos dias que se seguiram.Vinte brasileiros que se dedicavam à difícil tarefa da reconstrução haitiana perderam a vida em Porto Príncipe, no derradeiro testemunho do seu compromisso com a redenção do país. Entre eles, estavam dois civis: nossa querida Zilda Arns, médica, pediatra, criadora da Pastoral da Criança; símbolo da fé brasileira na cooperação para a justiça social; e o diplomata Luiz Carlos da Costa, vice-chefe da missão de paz da ONU no Haiti, que já emprestara sua experiência de 40 anos em situações de conflito no Kosovo e na Libéria. Estavam lá, também, os 18 bravos soldados do Exército Brasileiro que tombaram cumprindo a mais nobre missão humanitária já efetivada pelas nossas Forças Armadas. Estou falando de destemidos compatriotas que chegaram ao Haiti levando a seguinte mensagem àquela gente sofrida: “Vocês não estão sozinhos. Viemos até aqui em nome do Brasil. Trazemos segurança para suas famílias, trazemos paz. Trazemos remédios, solidariedade e, acima de tudo, o respeito do povo brasileiro ao povo haitiano”. Cada um desses homens reafirmou, durante sua vida, a vocação pacífica e solidária da nação brasileira. Sem nunca perder a firmeza e a coragem necessárias para combater a violência e a criminalidade que tanto assolavam o Haiti, nossos militares sempre souberam conviver harmoniosamente com a população local, e ganhar a sua estima. O soldado brasileiro nunca foi confundido com invasores estrangeiros. Muito pelo contrário: foi a sua mão amiga que criou a confiança mútua entre a Força de Paz das Nações Unidas e os justos anseios da sociedade haitiana. Por terem nos representado assim, com o sacrifício da própria vida, quero dizer, em nome do Brasil e dos brasileiros: Obrigado, General-de-Brigada João Eliseu Souza Zanin. Obrigado, General-de-Brigada Emílio Carlos Torres dos Santos. Obrigado, Coronel Marcus Vinicius Macedo Cysneiros. Obrigado, Tenente-Coronel Francisco Adolfo Vianna Martins Filho. Obrigado, Tenente-Coronel Márcio Guimarães Martins. Obrigado, Capitão Bruno Ribeiro Mário. Obrigado, Segundo-Tenente Raniel Batista de Camargos. Obrigado, Primeiro-Sargento Davi Ramos de Lima. Obrigado, Primeiro-Sargento Leonardo de Castro Carvalho. Obrigado, Segundo-Sargento Rodrigo de Souza Lima. Obrigado, Terceiro-Sargento Douglas Pedrotti Neckel. Obrigado, Terceiro-Sargento Washington de Souza Seraphin. Obrigado, Terceiro-Sargento Arí Dirceu Fernandes Júnior. Obrigado, Terceiro-Sargento Kleber da Silva Santos. Obrigado, Terceiro-Sargento Tiago Anaya Detimermani. Obrigado, Terceiro-Sargento Antônio José Anacleto. Obrigado, Terceiro-Sargento Felipe Gonçalves Júlio. Obrigado, Terceiro-Sargento Rodrigo Augusto da Silva. Minhas senhoras e meus senhores, Peço a Deus que permita mantermos sempre na memória a lembrança e o exemplo de nossos bravos compatriotas. E que Ele amenize este doloroso momento pelo qual passam todos os seus familiares."
Discurso do Comandante do Exército

"Nessa hora de dor e perplexidade, expresso, em nome do Exército Brasileiro, nosso mais profundo pesar aos familiares e amigos pela perda prematura dos nossos Capacetes Azuis – soldados da Paz – falecidos em 12 de janeiro de 2010, no cumprimento da honrosa Missão das Nações Unidas de Estabilização do Haiti – Minustah. Todos “combateram o bom combate”, levando àquela Nação amiga, castigada por violências de diferentes naturezas, o que a gente brasileira mais possui: solidariedade, alegria e esperança. Que Deus conceda a cada um desses nossos heróis o privilégio da vida eterna, e a graça de consolo para todos nós que agora choramos suas perdas. A dimensão humana dessa tragédia atinge a todos os brasileiros. A perda dos meus subordinados me atinge pessoalmente. Soldados Brasileiros, avante! Não percamos a fé! Prossigamos na missão! Juntos, com a comunidade internacional e o valente povo haitiano, vamos recomeçar.”

General-de-Exército Enzo Martins Peri
Comandante do Exército.




Fotos e Texto: Elio Sales









segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Haiti, o sofrimento de um povo.


Terremoto de magnitude 7,3 graus, abalou o Haiti, às 16h53 de terça-feira (12) hora h53 de Brasília.
A situação no país, o mais pobre das Américas, é caótica. A estimativa é de que milhares de pessoas tenham morrido.
O ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim, viajou para o Haiti na última quarta-feira (13) acompanhado de membros de órgãos do governo brasileiro, onde participou de reuniões com o presidente do Haiti, René Garcia Préval. Ele tratou de ações a serem tomadas. De imediato cinco pontos de ação terão prioridade: sepultamento dos mortos; socorro médico aos feridos; remoção de destroços; reforço da segurança nas operações; e distribuição de suprimentos, principalmente água e comida.
Em deslocamento feito por viatura das tropas de paz do Exército brasileiro em missão no Haiti, podemos ver a magnitude do estrago feito pelo terremoto, na cidade de Porto Príncipe. Casas destruídas, carros abandonados e, nos escombros, muitas pessoas ainda com vida pediam por socorro.Esse cenário foi fotografado por mim.
No Batalhão de Infantaria de Força de Paz do Exército brasileiro, Brabatt , chegavam as pessoas feridas. Eram atendidas pelo corpo médico do batalhão. Muitos voluntários participavam do atendimento.Um haitiano comoveu a todos, ele quer saber onde estava a filha desaparecida. Ele foi surpreendido, ao avistar sua filha, a reação de foi cair aos pés de um enfermeiro brasileiro chorando.deixando todos muito comovido.
Só participando in loco para ter e sentir a dor de um povo que sofre dia a dia, com um país destruído pelas guerras de ganges,enchentes e agora um terremoto que praticamente destruiu todo um pais. Só Deus na causa.

Tudo é dito com um olhar.


Texto e Fotos: Elio Sales